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A doença séria que é confundida com conjuntivite

Postado em 05/12/2019



Vermelhidão, dor ocular, sensibilidade à luz… Sintomas muitas vezes atribuídos à conjuntivite também podem caracterizar a uveíte, uma inflamação no olho com diferentes causas que, se não diagnosticada e combatida a tempo, pode afetar a visão para sempre. A boa notícia: um remédio moderno está sendo incorporado na rede pública de saúde para enfrentar uma versão desse problema.

 

Antes de falar em tratamento, porém, precisamos explicar o que é essa enfermidade. Segundo a Sociedade Brasileira de Uveítes (SBU), uveíte é um termo genérico para designar qualquer inflamação na úvea, uma camada que se prolonga pelo olho todo.

 

A úvea envolve três estruturas principais: íris (a parte colorida do olho), corpo ciliar e coroide (uma membrana que abastece a região com sangue). Especificidades à parte, ela circunda o órgão da visão – portanto, a uveíte pode comprometer diferentes regiões dele.

 

Muitos episódios não têm uma causa conhecida. Mas infecções e doenças reumatológicas estão associadas à doença, ressalta a SBU.

 

A toxoplasmose e a sífilis estão entre as principais causas no Brasil da uveíte posterior, que ataca o fundo do olho. Nesses casos, os agentes infecciosos provocam uma inflamação no olho que dispara o problema. Já as doenças reumatológicas autoimunes, como a artrite reumatoide, estão mais ligadas à uveíte anterior (que acomete a frente do olho). Aqui, são as próprias células de defesa do corpo que agridem a úvea. Em resumo, quem sofre ou sofreu com alguma dessas enfermidades deve ficar especialmente atento. Há ainda a uveíte intermediária – que aflige o meio do olho – e até uma versão que acaba abalando o globo ocular como um todo.

 

Sintomas:

Eles costumam variar da uveíte anterior para a posterior. No primeiro caso, envolvem:

• Sensibilidade à luz (fotofobia)

• Olho vermelho (hiperemia)

• Dor no olho

• Algum déficit visual

 

Como se pode ver, essa é a versão do problema que mais se confunde com a conjuntivite. Já na uveíte posterior, alterações na visão são mais comuns e acentuadas. Sem tratamento correto, a enfermidade eventualmente avança e provoca complicações. Ela pode abrir as portas para catarata e glaucoma, por exemplo, ou alterar a anatomia do olho, o que também culmina em perda de visão.

 

Diagnóstico:

A uveíte é a doença que pode ser diagnosticada tanto pelo oftalmologista quanto pelo clínico geral.  São tantas as questões para observar – algumas, em partes do corpo distantes dos olhos – que só uma avaliação do paciente como um todo fará o diagnóstico correto.

Além disso, a própria confusão com a conjuntivite já reforça a necessidade de o médico descartar outras condições de saúde que trazem sinais semelhantes. O tratamento da uveíte é diferente do da conjuntivite. Sem entender o que está causando os sintomas, fica complicado amenizá-los, esclarece a SBU.

Por outro lado, pessoas que já tiveram uveíte (sim, ela pode ir e vir ou ser crônica) não raro aplicam medicações específicas ao menor sinal de olho vermelho por acharem que se trata de mais uma crise. Mas e se for apenas uma conjuntivite? Para diagnosticar a uveíte, os médicos podem lançar mão de exames de sangue, aparelhos que observam o fundo de olho e até testes oftalmológicos mais refinados.

 

Tratamento:

Vai variar conforme a causa da uveíte e a região afetada. Se for provocada por sífilis ou toxoplasmose, um dos focos é justamente vencer essas doenças. E, claro, preservar a anatomia do olho com eventuais colírios ou outros remédios. Quando a uveíte é provocada por uma doença autoimune - a exemplo da artrite reumatoide - corticoides tendem a entrar em cena para acalmar as células de defesa e controlar os estragos no olho.

 

Procure o quanto antes um médico oftalmologista ou clínico geral se você estiver incluído em desses casos.

 

O ASSIM SAÚDE alerta: se notar algum sintoma no olho, não deixe de procurar ajuda especializada.